O que Distingue um Amigo Verdadeiro
Não se pode ter
muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de
quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca
se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação
da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção
que se pode dar — todas estas coisas são finitas e têm de ser
partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco
amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode
dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas.
Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta.
Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta.
Miguel Esteves Cardoso
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