6 de maio de 2013

Há uns dias...

... uma amiga minha, que passou por um divórcio difícil, inesperado, extremamente conflituoso e que a colocou em condições de vida estranhas para ela, disse-me que não teria sido capaz de suportar estes últimos anos sem o meu apoio e que eu a fiz ver as coisas de uma forma diferente, o que foi essencial para ela.

Não acho que tenha feito nada de especial, muito sinceramente, e foi o que lhe disse na altura.

Entretanto fiquei a pensar naquilo e quando tiver oportunidade tenho que lhe dizer uma conclusão a que cheguei: o mérito foi todo dela. 

Normalmente quando alguém próximo tem um problema (que não nos envolve) e nos pede uma opinião, a maior parte de nós dá bons conselhos (somos muito mais sábios com os problemas alheios do que com os nossos), o que acontece normalmente é que, regra geral, especialmente em conflitos conjugais, o que a pessoa quer é ter razão e se esta não lhe é dada a 100% a pessoa revolta-se contra o «conselheiro» ou afasta-se.

A minha amiga não, ela sempre me pediu sinceridade e aceitou essa sinceridade, ouviu, aceitou críticas, revoltou-se muitas vezes mas ficou a pensar e foi tomando as decisões certas. Não exigiu de mim uma amizade cega e tendenciosa, que não sou capaz de dar.

Ela melhorou e ultrapassou as dificuldades porque esteve disposta e enfrentar os seus próprios erros e faltas, a reconhecer o seu valor e, por isso, em vez de se transformar na vítima irritante e insuportável, que muitas pessoas se tornam durante o divórcio, transformou-se numa mulher mais forte, mais independente e mais confiante.

Tudo por causa dela e da atitude dela! (eu só estive lá...)


1 comentário:

  1. Concordo contigo. Às vezes pedimos conselhos mas, quando não nos dizem o que queremos ouvir, acabamos por negá-los. Contudo, acho que as duas tiveram mérito: tu por lhe mostrares o caminho e ela por ter tido a coragem de sobreviver e de ouvir. Mais vezes do que seria de desejar falta-nos essa capacidade: a de ouvir o que as pessoas que gostam de nós e se importam têm a dizer. Porque, já se sabe, quem está de fora da situação tem sempre uma perspectiva mais nítida e imparcial.
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